Nos últimos anos, as redes sociais deixaram de ser apenas plataformas de entretenimento e passaram a ditar comportamentos, estilos de vida e, sobretudo, padrões estéticos. TikTok e Instagram, em especial, se consolidaram como vitrines visuais do mundo digital, onde cada postagem, cada story e cada vídeo curto carrega uma estética cuidadosamente pensada para causar impacto, gerar identificação e, claro, engajamento.
Esse fenômeno deu origem a uma verdadeira revolução no modo como nos comunicamos visualmente. O conteúdo visual deixou de ser apenas bonito — ele passou a ser narrativo, estratégico e profundamente conectado com os valores e desejos de comunidades inteiras. Hoje, mais do que nunca, expressar-se por meio de imagens, cores, filtros e edições é uma forma legítima de conexão social, influência e até mesmo construção de identidade.
Neste artigo, vamos mergulhar do TikTok ao Instagram: as tendências visuais que estão bombando online. Vamos explorar quais estéticas estão dominando os feeds, como as edições se transformaram em ferramentas criativas poderosas e de que forma influenciadores e marcas estão moldando o visual das redes em 2025. Prepare-se para um verdadeiro mapa das tendências que estão definindo o visual da internet neste momento.
1. A força do visual nas redes sociais
Em uma era onde o tempo de atenção do público é cada vez mais curto, o visual se tornou a linguagem universal das redes sociais. Em poucos segundos, uma imagem ou vídeo é capaz de transmitir sensações, narrativas e identidades — e ninguém entende isso melhor do que TikTok e Instagram. Essas duas plataformas não apenas hospedam conteúdo visual, mas moldam ativamente os comportamentos e gostos estéticos de milhões de usuários ao redor do mundo.
No TikTok, a estética é fluida, dinâmica e altamente voltada para o movimento. Os vídeos curtos exigem um apelo visual imediato: edições rápidas, transições criativas e uma linguagem visual que seja impactante logo nos primeiros segundos. Já o Instagram, mesmo com os Reels ganhando cada vez mais espaço, ainda mantém o feed como uma espécie de “portfólio” pessoal ou de marca. Aqui, a estética está mais conectada à curadoria: cores harmônicas, composições planejadas e um visual coeso que represente um estilo ou identidade visual clara.
Essa diferença entre as plataformas também influencia o modo como as tendências visuais são absorvidas. Enquanto o TikTok favorece o experimental, o espontâneo e o viral — com desafios visuais que surgem do dia para a noite —, o Instagram ancora essas tendências, refinando-as e transformando-as em “estilo”. Assim, o que nasce como um filtro divertido ou uma edição criativa no TikTok pode, em questão de dias, se tornar uma nova referência estética nos feeds do Instagram.
Para criadores de conteúdo e marcas, acompanhar essas mudanças deixou de ser apenas uma questão de estilo — tornou-se uma necessidade estratégica. Um visual alinhado com as tendências certas pode significar mais alcance, engajamento e relevância digital. Marcas que adotam rapidamente uma estética emergente têm mais chances de se conectar com seus públicos de forma autêntica e emocional, enquanto criadores que sabem traduzir essas tendências em conteúdo visual conseguem se destacar num mar de postagens e vídeos.
Em 2025, a estética nas redes sociais é mais do que uma escolha criativa: é um reflexo direto da cultura digital contemporânea. E quem domina essa linguagem visual, domina também a atenção — e o coração — do público online.
2. Estéticas que estão dominando os feeds
No universo visual das redes sociais, especialmente no TikTok e no Instagram, não basta apenas postar — é preciso comunicar um estilo, pertencer a uma estética, criar identidade através da imagem. Em 2025, diversas correntes visuais se consolidaram como verdadeiros fenômenos de engajamento, cada uma com suas próprias regras, paletas e narrativas. Vamos explorar as principais delas:
Clean Girl Aesthetic: menos é mais com brilho natural
Minimalista, delicada e incrivelmente popular, a Clean Girl Aesthetic traduz o ideal de beleza natural e estilo de vida equilibrado. Ela se manifesta através de visuais suaves: pele com glow saudável, cabelos presos em coques baixos, brincos discretos de argola dourada, roupas neutras e uma maquiagem quase imperceptível — mas estrategicamente pensada.
No feed, essa estética é dominada por fundos brancos, muita luz natural, ângulos bem compostos e legendas que remetem ao autocuidado e à organização da rotina. No TikTok, ela aparece em vídeos de “rotina de skincare”, “o que como em um dia” ou “meu look para o pilates”. No Instagram, ela reina em stories bem iluminados e fotos com toque editorial, mesmo nos momentos mais cotidianos.
Y2K Revival: um mergulho nostálgico no futurismo retrô
Com raízes no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o Y2K Revival trouxe de volta uma estética vibrante, ousada e repleta de nostalgia. Neon, glitter, brilhos metálicos, filtros de baixa resolução, efeitos glitch e câmeras simulando VHS são os principais elementos desse estilo que encanta as gerações Z e Alpha.
Essa estética traduz um espírito rebelde e descolado, com uma vibe “pop star do começo dos anos 2000”. Looks com calças cargo, óculos coloridos, baby tees e presilhas nos cabelos se somam a edições que lembram videoclipes antigos, dando uma sensação divertida e futurista ao mesmo tempo.
No TikTok, a estética Y2K é usada em vídeos de moda, coreografias e challenges com músicas nostálgicas. No Instagram, ela brilha em carrosséis de looks e Reels estilizados com efeitos retrô.
Core Styles: narrativas visuais que criam universos próprios
Se existe uma tendência que ganhou força nos últimos anos, é o surgimento dos chamados “core styles” — estéticas que giram em torno de um universo visual específico. Entre os mais populares, destacam-se:
- Cottagecore: celebra a vida no campo, o romantismo bucólico e a conexão com a natureza. Flores secas, vestidos fluídos, luz dourada e ambientes rurais compõem esse visual aconchegante e nostálgico.
- Dark Academia: inspirada em escolas antigas, literatura clássica e tons escuros. Cores como vinho, marrom, cinza e preto dominam esse estilo, com elementos como livros, xícaras de chá e roupas com pegada vintage-acadêmica.
- Fairycore: etéreo, mágico e encantado, com flores, brilhos e filtros que transformam qualquer cenário em um conto de fadas. Roupas esvoaçantes, maquiagem delicada e ambientes florestais são a base dessa estética encantadora.
Esses estilos se destacam por criarem mundos completos. Não se trata apenas de roupas ou edição de imagem, mas de mergulhar o seguidor em uma atmosfera visual coerente, onde cada detalhe importa. O resultado são feeds profundamente imersivos e identitários.
“That Girl” Visuals: disciplina, autocuidado e lifestyle organizado
A estética da “That Girl” ganhou espaço ao mostrar uma mulher idealizada que acorda cedo, cuida de si, é produtiva e mantém uma rotina impecável — tudo isso com uma aparência visualmente impecável. Seu conteúdo gira em torno de vídeos de rotina matinal, organização da casa, journaling, alimentação saudável e exercícios — tudo apresentado com um toque aspiracional.
O que define essa estética não é apenas o que é feito, mas como é mostrado: luz suave pela manhã, objetos perfeitamente alinhados, músicas calmas de fundo e uma paleta visual em tons bege, verde sálvia, branco e dourado. No TikTok, essa estética domina os vídeos de “productive day in my life”. No Instagram, aparece em carrosséis de “dicas de hábitos” e stories com layouts limpos e inspiradores.
Essas estéticas revelam muito mais do que tendências passageiras. Elas são expressões de identidades coletivas, desejos contemporâneos e a forma como as pessoas escolhem se mostrar — e pertencer — no mundo digital. À medida que os feeds se tornam vitrines cuidadosamente montadas, entender essas estéticas é essencial para quem quer se destacar e se conectar no universo visual online.
3. Tendências de edição e efeitos
No mundo digital onde a primeira impressão acontece em milissegundos, a edição visual se tornou uma arte — e uma poderosa ferramenta de diferenciação. Seja no TikTok, onde vídeos curtos precisam chamar atenção instantaneamente, ou no Instagram, onde o visual continua sendo a principal linguagem, os efeitos, filtros e estilos de edição estão cada vez mais criativos e sofisticados. Em 2025, algumas tendências se destacam e moldam o que vemos e como interagimos com o conteúdo visual online.
Filtros populares do momento e suas características
Os filtros deixaram de ser apenas ferramentas para “embelezar” fotos ou vídeos. Hoje, eles são parte essencial da estética de uma postagem e ajudam a contar uma história visual. Os mais populares seguem algumas tendências específicas:
- Filtros cinematográficos: tons amarelados, pretos lavados e granulação sutil que simulam filmes analógicos. Muito usados em vídeos nostálgicos, rotinas e vlogs.
- Filtros “natural glow”: intensificam o brilho da pele, ajustam a iluminação e aplicam um leve desfoque de fundo, criando um ar de sofisticação com aparência natural.
- Filtros retrô e VHS: remetem ao Y2K revival, com interferências visuais, efeitos glitch, distorções e texturas antigas.
- Filtros com mood específico: como os “sad vibes”, com tons frios e azulados, ou os “summer dream”, com cores vibrantes e quentes, simulando um pôr do sol californiano.
Esses filtros não apenas mudam a aparência de um conteúdo — eles moldam o clima da publicação, influenciando como ela será percebida e sentida.
Transições criativas no TikTok (e sua migração para os Reels)
No TikTok, transições se tornaram uma forma de arte e um show de criatividade. Efeitos como trocas de roupas em um piscar de olhos, mudanças de cenário com um movimento de câmera ou até mesmo truques visuais complexos feitos com edição de corte estão entre os favoritos da comunidade.
Essa cultura visual migrou para o Instagram com força total por meio dos Reels, levando os criadores a elevarem o padrão de edição também por lá. Transições populares incluem:
- “Jump cuts” sincronizados com batidas da música.
- Troca de looks com o estalar de dedos ou pulos.
- Edições que brincam com perspectivas e espelhamentos.
- Mudanças de cenário sincronizadas com movimentos da câmera (whip transitions).
Essas transições não apenas entretêm, mas mostram domínio técnico e reforçam o estilo pessoal de quem cria.
Tipografias e sobreposições visuais que se tornaram padrão
Em meio à avalanche de conteúdo, destacar-se visualmente também envolve o uso estratégico de texto e elementos gráficos. Em 2025, algumas escolhas visuais tornaram-se padrão entre os criadores mais antenados:
- Tipografias manuscritas minimalistas: remetem ao lifestyle e à leveza da “clean girl aesthetic”.
- Fontes bold sans-serif: para conteúdo com pegada mais direta, como tutoriais e dicas rápidas.
- Legendas em blocos com fundo transparente: ajudam na leitura e funcionam bem com diferentes fundos de vídeo.
- Animações de texto sincronizadas com música: muito usadas no TikTok para dar ritmo e fluidez ao conteúdo.
Além disso, sobreposições como emojis flutuantes, molduras suaves e barras de progresso visuais estão se tornando marcas registradas de um conteúdo bem editado.
Efeitos de realidade aumentada (AR) e IA nos stories e reels
O avanço da tecnologia trouxe novos elementos para a edição visual nas redes, e os efeitos de realidade aumentada (AR) e inteligência artificial (IA) já fazem parte da rotina de criadores e marcas.
- Efeitos AR interativos: simulam maquiagem, acessórios ou ambientes virtuais em tempo real. São muito usados em filtros de stories no Instagram e desafios no TikTok.
- Ambientes 3D e fundos dinâmicos: possibilitam que criadores “gravem” em cenários fictícios sem sair de casa.
- Ferramentas baseadas em IA: permitem correção automática de iluminação, sugestão de filtros, remoção de objetos e até a geração de conteúdos inteiros a partir de texto ou imagens.
Esses recursos ampliam as possibilidades criativas e democratizam a produção de conteúdo de alta qualidade. Mesmo sem equipamentos profissionais, um criador pode produzir vídeos com visual impactante e profissional usando apenas um smartphone.
Em um cenário onde o visual dita o sucesso, dominar as tendências de edição e efeitos não é apenas um diferencial — é uma necessidade. Seja para prender a atenção, reforçar uma estética ou criar uma identidade visual marcante, saber editar é, cada vez mais, saber comunicar com força no universo digital.
4. Cores e paletas que estão em alta
A escolha de cores em conteúdos visuais vai muito além do gosto pessoal. No TikTok e no Instagram, onde a estética é um fator determinante de engajamento, as cores funcionam como uma linguagem silenciosa que comunica sensações, valores e até estados de espírito. Em 2025, entender o uso das paletas de cores — suaves ou vibrantes — é essencial para quem quer criar um conteúdo visualmente marcante e estrategicamente eficaz.
Paletas suaves vs. tons vibrantes: quando e por que usar
As paletas suaves dominam estilos como a Clean Girl Aesthetic, o Cottagecore e o universo de lifestyle minimalista. Cores como branco, bege, verde sálvia, azul pastel e rosa claro transmitem calma, leveza e organização. São ideais para conteúdos que querem inspirar paz, equilíbrio e bem-estar — como rotinas matinais, vídeos de autocuidado, receitas saudáveis ou ambientes organizados. Esses tons também ajudam a criar feeds harmoniosos, com aparência “clean” e visualmente coesa.
Já os tons vibrantes são protagonistas em tendências como o Y2K Revival, vídeos de humor, dança, moda ousada e tutoriais rápidos. Amarelo neon, rosa-choque, azul elétrico e laranja são cores que chamam atenção instantaneamente e transmitem energia, criatividade e ousadia. São perfeitos para conteúdos que querem ser notados, gerar impacto imediato e transmitir uma identidade mais jovem e divertida.
Saber quando usar cada tipo de paleta faz toda a diferença. Enquanto os tons suaves funcionam melhor em conteúdos que valorizam o tempo, a experiência e a contemplação, os tons vibrantes são ideais para conteúdos ágeis, dinâmicos e com forte apelo visual.
A influência da psicologia das cores nas postagens de sucesso
A psicologia das cores é um dos pilares invisíveis do sucesso de muitos posts virais. Cada cor carrega consigo uma carga simbólica que influencia, mesmo que inconscientemente, o modo como o público reage ao conteúdo:
- Azul claro transmite confiança e serenidade.
- Rosa evoca delicadeza, feminilidade ou diversão, dependendo do tom.
- Verde remete à natureza, equilíbrio e saúde.
- Amarelo é associado à alegria e energia.
- Preto comunica sofisticação e elegância.
- Vermelho gera urgência, paixão e ação.
Criadores de conteúdo e marcas que entendem essa lógica visual conseguem construir posts mais impactantes, que despertam emoções específicas e incentivam o engajamento. Além disso, a coerência entre a cor e a mensagem melhora a percepção de autenticidade — um valor essencial nas redes sociais de hoje.
Exemplos de criadores e marcas que dominam o uso das cores
Alguns criadores e marcas estão se destacando justamente por seu domínio no uso estratégico das cores:
- @matilda.djerf (Instagram): a influenciadora sueca tem um feed totalmente alinhado com a estética clean e o uso de tons neutros e pastel. Sua marca, Djerf Avenue, segue o mesmo estilo e cria uma identidade visual instantaneamente reconhecível.
- @bretmanrock (TikTok e Instagram): conhecido por seu conteúdo vibrante e irreverente, ele aposta em tons vivos e contrastantes, alinhando suas cores com a energia dos seus vídeos e looks ousados.
- @glossier (Instagram): a marca de beleza é um case clássico de branding com paleta consistente — rosa claro, branco e cinza suave —, transmitindo suavidade, autocuidado e modernidade.
- @leandramcohen (Instagram): com uma abordagem criativa e excêntrica, Leandra usa cores intensas e combinações inusitadas para criar um visual autêntico e inconfundível, perfeito para destacar looks e lifestyle com personalidade.
Esses exemplos mostram que as cores não são apenas pano de fundo, mas protagonistas visuais. Quando usadas com intenção, elas tornam o conteúdo memorável e fortalecem a conexão com o público.
Com um domínio inteligente das paletas visuais, criadores e marcas conseguem se destacar em meio ao mar de postagens que compõem as redes sociais. Seja para inspirar calma ou causar impacto, as cores são o primeiro passo para transformar conteúdo em experiência.
5. Influência dos criadores na viralização de visuais
Em 2025, os influenciadores digitais não apenas acompanham tendências — eles as criam. Seja no TikTok, onde a velocidade de disseminação de uma ideia é quase instantânea, ou no Instagram, onde a curadoria estética ainda dita as regras, os criadores de conteúdo estão moldando diretamente o que vemos, como editamos e o que aspiramos reproduzir. A viralização de estilos visuais começa, quase sempre, com alguém que domina a arte de transformar o ordinário em algo visualmente irresistível.
Estudando os visuais de influenciadores chave em 2025
Entre os principais nomes que ditam as tendências visuais este ano, alguns criadores se destacam pelo poder que têm de fazer uma estética se espalhar por milhões de telas:
- @victoria.paris (TikTok): com seu estilo urbano-casual, vídeos espontâneos e paleta clean, Victoria domina a estética “That Girl” com autenticidade e consistência visual. Suas edições rápidas e cortes secos são amplamente replicados.
- @wisdm (Instagram e TikTok): influenciador de moda conhecido por suas transições criativas, combina o Y2K com o streetwear contemporâneo. Seus vídeos misturam glitch, neon e ângulos ousados, tornando-o uma referência para visuais ousados e não convencionais.
- @chloechill (TikTok): criadora com foco em aesthetic vlogs, mistura elementos de fairycore e minimalismo japonês. Seus vídeos são verdadeiros filmes curtos, com uma direção de arte impecável.
Esses criadores não viralizam apenas pelos temas, mas pelo modo como mostram as coisas. Cada um constrói uma narrativa visual clara, o que faz com que seus estilos sejam rapidamente reconhecidos — e, claro, copiados.
A dinâmica entre micro influenciadores e mega influenciadores
O ciclo de viralização das estéticas visuais mudou nos últimos anos. Se antes tudo começava com os mega influenciadores, hoje os micro influenciadores desempenham um papel essencial no surgimento e consolidação de novas tendências.
- Micro influenciadores (até 100k seguidores): costumam estar mais conectados com nichos específicos e audiências altamente engajadas. Por serem percebidos como mais “autênticos” e acessíveis, suas escolhas visuais são vistas como mais reais — e, por isso, mais replicáveis. Muitas micro tendências (como o uso de determinadas paletas, fontes, filtros ou transições) surgem justamente nesse meio.
- Mega influenciadores (milhões de seguidores): amplificam o alcance dessas estéticas, transformando o que era tendência em algo mainstream. Eles têm o poder de consolidar um estilo visual como “oficial” de uma época — basta uma postagem para transformar um efeito em febre.
Essa interação entre micro e mega influenciadores cria um ecossistema visual dinâmico, onde o novo pode surgir em qualquer ponto da rede e se espalhar em velocidades surpreendentes.
Como as estéticas visuais são “importadas” de um criador para o coletivo
O processo de viralização estética nas redes sociais se assemelha ao que acontece na moda ou na música: alguém cria, outros testam, muitos imitam, e de repente, aquilo se torna padrão. No campo visual, isso acontece em etapas perceptíveis:
- Identificação – Um criador compartilha um conteúdo com uma estética visual marcante (seja na edição, cor, composição ou estilo de vídeo).
- Engajamento elevado – O vídeo viraliza; comentários pedem “qual filtro você usou?” ou “como edita assim?”.
- Imitação + remix – Outros criadores, principalmente micro influenciadores, começam a copiar ou adaptar o estilo.
- Normalização – A estética se espalha por diferentes nichos e é adotada até por marcas.
- Saturação ou evolução – A estética vira mainstream, e com o tempo, surge o desejo coletivo por algo novo — abrindo espaço para a próxima onda visual.
Esse ciclo acontece constantemente, e os criadores mais atentos conseguem antecipar o que vem a seguir — muitas vezes adaptando uma tendência antiga ou mesclando estilos para criar algo único.
No final, os criadores de conteúdo são mais do que comunicadores: eles são os curadores visuais do nosso tempo. A estética que vemos nos feeds é, em grande parte, o reflexo do olhar e da sensibilidade de quem cria. E acompanhar essas mentes criativas é, sem dúvida, uma das melhores formas de prever para onde vão as próximas tendências visuais online.
6. O papel das marcas: branding visual e tendências
Se, no passado, as marcas ditavam o que era tendência no mercado, hoje elas precisam estar em sintonia com o que está bombando nas redes para permanecerem relevantes. No TikTok e no Instagram, onde a estética visual evolui em ritmo acelerado, adaptar-se às novas linguagens visuais se tornou uma questão de sobrevivência digital — mas sem perder a essência que torna cada marca única.
As empresas estão adaptando suas identidades visuais às novas tendências
Cada vez mais marcas estão atualizando seus manuais de identidade visual para refletir a estética dominante das redes sociais. Isso não significa uma ruptura completa com o branding tradicional, mas sim uma extensão dele — um visual flexível que se adapta ao contexto digital sem perder a coerência com os valores da empresa.
- Minimalismo elegante para marcas de skincare, wellness e tecnologia, alinhado à Clean Girl Aesthetic.
- Cores saturadas, glitch e elementos retrô para marcas voltadas ao público jovem e alternativo, conectadas com o Y2K Revival.
- Estilo documental com legendas e cortes rápidos em vídeos curtos, ideal para empresas que desejam mostrar bastidores, rotinas e humanizar sua comunicação.
Essa adaptação visual não é só estética — ela influencia diretamente o engajamento, a percepção da marca e sua capacidade de se inserir de maneira orgânica no feed dos usuários.
Casos de sucesso de campanhas visuais que viralizaram
Algumas marcas entenderam esse movimento de forma exemplar e conseguiram unir branding e tendência com impacto real:
- Fenty Beauty: A marca de Rihanna apostou em vídeos curtos no TikTok mostrando texturas de produtos com edições dinâmicas, transições suaves e estética “clean glam”. A campanha viralizou e foi amplamente replicada por influenciadoras e criadores.
- Duolingo: Com seu mascote irreverente e vídeos com humor visual absurdo, a marca se apropriou do estilo caótico e espontâneo do TikTok para se destacar — sem alterar sua identidade central.
- Alo Yoga: Utilizando a estética “That Girl” (rotinas de manhã, yoga, organização), a marca construiu uma presença visual coesa no Instagram, promovendo seus produtos como parte de um lifestyle aspiracional.
- Balenciaga: Mesmo marcas de luxo entraram no jogo, explorando filtros retrô e uma estética lo-fi propositalmente desajustada em campanhas de alto conceito — provocando engajamento por contraste e surpresa.
Esses exemplos mostram que o sucesso está em entender a linguagem visual dominante e aplicá-la com inteligência estratégica.
O equilíbrio entre seguir tendência e manter autenticidade
Um dos maiores desafios das marcas em 2025 é equilibrar a adesão às tendências com a manutenção da própria identidade. Cair na armadilha de seguir cada modinha pode levar à perda de reconhecimento e coerência — o chamado “efeito camaleão”. Por outro lado, ignorar completamente as dinâmicas visuais das redes é se afastar de públicos altamente conectados e exigentes.
A chave está em:
- Filtrar tendências que fazem sentido com os valores e o público da marca;
- Adaptar estéticas sem copiar diretamente — incorporar elementos em vez de tentar se encaixar 100% em um molde externo;
- Manter consistência visual nos detalhes: fontes, paleta de cores, tipo de edição e tom da comunicação.
Em resumo, não se trata de “seguir a moda”, mas de interpretá-la com personalidade. Marcas que conseguem fazer isso não apenas se mantêm relevantes — elas se tornam referência.
Num cenário visual em constante mutação, o papel das marcas é duplo: acompanhar o pulso das redes e, ao mesmo tempo, cultivar sua essência. As que conseguem equilibrar esses dois elementos criam um branding vivo, atual e profundamente conectado com o agora.
Conclusão
A jornada visual entre TikTok e Instagram em 2025 é, acima de tudo, um reflexo da nossa maneira contemporânea de nos expressarmos, nos conectarmos e consumirmos conteúdo. Ao longo deste artigo, exploramos algumas das principais tendências visuais que estão dominando os feeds: a estética limpa e minimalista da Clean Girl Aesthetic, o retorno vibrante do Y2K Revival, os encantos dos core styles como cottagecore e dark academia, e o lifestyle aspiracional do visual “That Girl”. Também mergulhamos nas novas linguagens de edição, nos efeitos de realidade aumentada, nas escolhas cromáticas que comunicam emoções e nas estratégias visuais adotadas tanto por criadores quanto por marcas.
Entender esse cenário visual vai além de seguir tendências superficiais. Para criadores, trata-se de encontrar formas autênticas de se destacar e se conectar com audiências. Para marcas, é a chance de adaptar o branding sem perder identidade. E para os consumidores, esse repertório estético se torna uma ferramenta de curadoria pessoal, expressão e pertencimento em um mundo cada vez mais digital.
Mais do que seguir um estilo, a chave está em experimentar, observar e adaptar as tendências com intenção. O que funciona para um criador pode ser reinventado por outro; o que surgiu como uma moda passageira pode se transformar em uma linguagem visual sólida e atemporal, se bem explorada.
No fim das contas, as redes sociais são como grandes galerias em movimento. E cada post, vídeo ou story é uma peça dentro desse universo em constante transformação. Que cada criador, marca e usuário se sinta convidado a contribuir com a estética coletiva — com originalidade, consciência e criatividade.